Cirurgia para AVC

reconstrução 3d de falha óssea no crânio após craniectomia descompressiva para avc.

Cirurgia para AVC

Entenda porque em alguns pacientes que tiveram AVCs graves pode ser necessário retirar uma parte do osso do crânio

                A parte de cima do osso do crânio, chamado de calota craniana, pode ser retirada em algumas situações pelo neurocirurgião e guardada para posterior recolocação – esta cirurgia é chamada de craniotomia descompressiva. Mas por que isso é feito no AVC(conhecido como derrame cerebral)?               

                No AVC isquêmico, uma parte do cérebro fica sem sangue e morre. Esta parte lesionada do cérebro em geral incha e começa a comprimir toda área que está em volta pois ele não tem para onde ir, já que o osso do crânio impede que ele tenha um espaço adicional para isso. Pode ser então necessário uma cirurgia para tratar o AVC. Ao tirar uma parte do osso do crânio, o neurocirurgião abre espaço para que o cérebro doente e lesionado “escape”, sem que com isso ele aperte e afete o restante do cérebro que está normal, situação que agravaria ainda mais o quadro do paciente. 

                Enquanto o paciente está sem a calota craniana, ela pode ser guardada no abdômen, onde fica nutrida e estéril até que possa ser recolocada. Outra opção é guardar em um “banco de osso”, que não é uma solução facilmente disponível no Brasil. Quando a calota craniana não pode ser guardada por algum motivo ela é jogada fora logo após o fim do procedimento cirúrgico.

               Quando a fase aguda passa e o cérebro desincha a calota craniana pode ser recolocada, o que costuma acontecer entre 3-6 semanas após o trauma/lesão inicial. Se por algum motivo ela não puder ser recolocada de volta, o paciente pode em tese ficar mais tempo sem a calota, mas o risco é que aquela parte “sem osso” deixa aquela região do cérebro desprotegida…  Após algumas semanas, no local onde não há osso o paciente tem um “afundamento”.

                A cirurgia para recolocar a calota craniana chama cranioplastia. Essa reconstrução do crânio pode ser feita com o próprio osso “guardado” do paciente, e se ele não tiver disponível, há diversas alternativas, que vão desde um cimento ósseo, com o qual o neurocirurgião artisticamente molda na hora da cirurgia uma nova calota para o paciente, até próteses computadorizadas onde um computador faz um molde novo de crânio para o paciente baseado em sua tomografia computadorizada, fazendo com que a cranioplastia fique ainda mais perfeita.

Se você quer saber mais sobre cranioplastias e formas de reconstruir o crânio após uma cirurgia de AVC clique aqui para acessar um texto completo.

2560 782 Dra. Raquel Rodrigues - Neurocirurgia pediátrica